CARLOS TEIXEIRA/SEI
DAMÁZIO (D) defende um trabalho integrado das instituições policiais e sociedade para um combate eficaz ao tráfico de pessoas.
Considerado pelas autoridades como um crime invisível, tendo em vista o alto grau de organização das quadrilhas que aliciam as vitimas com falsas promessas, o tráfico de pessoas - que inclui exploração sexual, tráfico de órgãos e trabalho escravo - deixa sequelas irreparáveis. Para discutir estratégias de atuação especialistas de diversos países estão reunidos no Recife. O encontro será concluído, hoje, no auditório do Mar Hotel, em Boa Viagem.
O evento conta com 260 representantes dos governos federal, estadual e municipal, organizações da sociedade civil, especialistas e autoridades internacionais que debatem as diretrizes e vão aprovar o texto do 20 Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. O documento define meios de combate a esse tipo de crime para os próximos quatro anos (2012-2016).
O secretário Nacional de Justiça do Ministério da Justiça, Paulo Abrão, abriu o 20 Encontro Nacional da Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e defendeu a união de todos os poderes, dos setores público e privado e da sociedade para enfrentar o tráfico de seres humanos em todas as suas formas. Segundo ele, o plano nacional passou por discussões com a sociedade através de consulta pública. "Somente com a nossa união, vamos conseguir tornar a pauta do tráfico de pessoas em um tema hegemônico para a sociedade brasileira", disse.
O texto a ser aprovado no Recife inclui objetivos, metas e ações a serem adotadas nos próximos quatro anos para o enfrentamento ao problema. Em Pernambuco, a proposta recebe contribuições finais e a validação da Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. O desafio da nova proposta é aumentar a integração entre os parceiros institucionais e implementar metodologia de levantamento de dados sobre o crime e o monitoramento das ações do Estado.
O secretário de Defesa Social de Pernambuco, Wilson Damázio, também ressaltou a importância do encontro e do trabalho integrado das instituições policiais no País. "Que possamos sair daqui com novas ideias para combater uma forma tão vil de degradação da pessoa humana, que é o tráfico de pessoas", disse Damázio. Considerado como crime transnacional, o tráfico de pessoas movimenta por ano cerca de U$ 30 bilhões, perdendo apenas para o tráfico de drogas e de armas.
Fonte: Diário Oficial de PE.